Todos aqueles que
trabalham no sistema de franquia - seja franqueado, franqueador ou até mesmo
fornecedor de produtos e serviços - observam e participam, dia-a-dia, das
várias fases por que passa o relacionamento dentro de uma rede franqueada.
Nada melhor para
ilustrar essas fases do que compará-las com o relacionamento de um casal -
desde o momento em que se conhecem, passando pelo casamento, até as decisões
que têm que tomar juntos daí para frente. Traçar essa analogia simplifica e
ajuda a entender melhor o que ocorre no sistema.
Claro que ninguém
se esquece dos primeiros olhares trocados antes de um relacionamento, do
primeiro encontro, da preocupação em agradar e de todos os detalhes que uma
situação como esta exige: os cuidados com a aparência, com os cabelos, a
escolha das roupas, o modo de falar etc. É mais ou menos o que acontece quando
passamos, por exemplo, em frente a uma loja de perfumes, achamos o layout e o
merchandising atraentes, o vendedor e todos os detalhes com a aparência daquele
negócio de sucesso, e pensamos: “um dia ainda vou ter um desses.” Pronto,
começou a paquera!
O segundo passo é
procurar entrar em contato com o responsável pela franquia. O encontro inicial
é marcado por histórias de sucesso, previsões de mercado animadoras e projeções
de resultados otimistas, tudo isso entremeado por uma maravilhosa apresentação
e com folders repletos de fotos de atuais franqueados sorrindo e felizes. Algo
diferente até aí nesse joguinho de sedução?
Tempos mais tarde,
a admiração vai se transformando em algo mais forte. Nesse momento, um possível
franqueado já quer conhecer melhor a franqueadora, e inicia-se um namoro. Ele
procura obter as mais variadas informações, demonstrando seu interesse num
relacionamento: Quem criou a franquia? Como foi estruturada? Como se
desenvolveu? Quem compõe a rede? Quais são os seus objetivos? Como foi o
relacionamento com o ex-franqueado?
O interesse e a
admiração crescem e resolvem ficar noivos. Nesse momento, os futuros parceiros
já se conhecem melhor e firmam o acordo pré-nupcial, ou digamos, assinam a
Circular de Oferta de Franquia, uma espécie de “regras do jogo”. Regras aceitas
e estando bom para ambas as partes, casam-se assinando o famoso livro do
Cartório, que nesse caso é o Contrato de Franquia. A ocasião é só de festa, a
alegria está no ar e tudo é empolgação. Afinal, é o momento da montagem da casa
(ou loja), planos e sonhos estão acontecendo.
Loja pronta, é hora
da lua-de-mel!. É o período em que o casal ri até de topada com o dedão! Na
loja, a topada poderia ser aquele movimento abaixo das expectativas ou até o ar
condicionado que não funciona.
Depois disso,
começa a rotina do dia-a-dia e a partir daí o glamour vai reduzindo pouco a
pouco, o que é normal. Para manter o interesse mútuo, novidades precisam ser
adicionadas e a parceria e os votos do compromisso renovados: pode ser uma
consultoria mais aprofundada ou o lançamento de um produto de sucesso.
Mesmo com tudo
isso, o tempo é cruel e se encarrega de colocar percalços no caminho dos
parceiros: uma economia recessiva ou problemas na administração no negócio e as
acusações de ambas as partes são inevitáveis.
Problemas fazem
parte da vida. No nosso caso, eles devem ser encarados como oportunidades para
fortalecer o relacionamento, e aqui vale uma reflexão: se há briga é porque há
uma parceria, um casamento. Se fossem solteiros ou se estivessem fora de uma
rede franqueada, a discussão não existiria, reclamariam com quem? Para as
paredes?
Juntos, a
possibilidade de encontrar uma solução para determinado assunto é muito maior,
afinal, duas ou várias cabeças pensam melhor do que uma – é o que diz o velho
ditado e a vida confirma. Ambos podem lançar mão de experiências adquiridas em
situações diversas, usar pontos de vista diferentes e conhecimentos
específicos. O problema é sempre menor quando é dividido.
Resolvida a questão
em conjunto, o que se observa é uma relação cada mais forte, e maior respeito.
Vem a certeza de que é muito melhor ser casado ou fazer parte de uma rede
franqueada do que ser solteiro ou ter um negócio independente.
Depois disso, como
é natural, chegam os filhos, ou seja, novas lojas são inauguradas e todos vivem
felizes para sempre (ou até que chegue a próxima crise)!
Luiz Mauricio
Janela é Administrador com MBA executivo e MBA em marketing, com mais de 20
anos de experiência em Vendas e Marketing. E-mail:
luizjanela@yahoo.com.br
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